segunda-feira, maio 15, 2006

De volta ao paraíso

Estava para escrever algo sobre isto há já algum tempo. O que me preocupa é que acho que as pessoas andam a perder um pouco a noção de bem e de mal (por isso a analogia ao regresso ao paraíso), principalmente no que diz respeito à educação que dão aos filhos.
Ou é pessimismo ou são outros traumas não diagosticados em mim mas acho que os pais andam a perder a capacidade de educar os filhos, senão vejamos:
  • preferem proteger os filhos do que proteger a lei;
  • preferem pôr os filhos em frente a uma televisão e ter "paz" do que acompanha-los nessa actividade para ter oportunidade de poder ajudar as crianças a absorver tanta informação transformando a televisão num objecto que une as pessoas em vez de as afastar;
  • para além da televisão citada no ponto anterior adiciono também todas as consolas de jogos;
  • perdem a capacidade de dizer "não";
  • perdem a coerência com o seu parceiro perdendo assim autoridade.
Há mais pontos e penso que todos se podem lembrar de mais alguns para aqui pôr mas para isto tudo há uma causa, que é uma combinação de muitos factores.
Neste caso penso que a comunicação social, fábrica de opiniões, contribui imenso para o atenuar do limite entre o que está bem e o que está mal. Os telejornais vendem-se às audiencias, o nível de qualidade de programas nacionais nos canais acessíveis ao público geral (ou seja, os que não são exclusivos da rede cabo) desce a cada ano que passa, as telenovelas proliferam (6 por dia na SIC e 4 na TVI) e parece não haver limites para a exposição pública a que expõem certas pessoas.
Quanto ao último ponto aponto dois casos muito recentes:
  1. a morte do Francisco Adam, que teve mais projecção mediática que um qualquer actor com 40 vezes mais anos de carreira. Para não falar do número de vezes que o nome Dino foi usado em detrimento do seu nome verdadeiro. Uma verdadeira oportunidade de promover os Morangos com Açucar, a coqueluche da TVI, que esta não podia perder;
  2. o caso Carolina, a polémica namorada do Pinto da Costa, que há semanas veio a público dizer que foi agredida. Esta alega que os seus filhos estavam transtornados pois já chamavam de pai ao dirigente desportivo, que a agravar isso o verdadeiro pai deles era um drogado, etc, (o nome era um dos pormenores que ela mão omitiu) e que agora ia precisar de levar os filhos a um psicólogo. Pois bem dona Carolina, concordo plenamente com uma opinião que li numa revista por aí, que dizia que se poupasse os seus filhos a uma exposição pública tão grande já lhes poupava a muitos traumas, e assim talvez não fosse necessário usar o psicólogo como se fosse uma pílula, depois do mal estar feito é só tomar que resolve.

E tenho dito...

(vou dormir)

3 comentários:

Anónimo disse...

Subscrevo, palminhas
Pois o que se verifica nos dias de hoje, é que cada vez mais os pais despendem o seu tempo livre em viagem pendulares, ou seja, casa -trabalho e vice-versa, deixando de ter tempo para os filhos, pois não querem abdicar desse esse pouco tempo livre para educar os filhos. No entanto, preferem dar tudo o que os filhos querem, deixa-los fazer o que querem, sem sequer se preocuparem se o que os mesmos fazem ou vêm é adequado ou tem qualquer teor educativo.
Os pais dos tempos modernos, penso eu, esqueceram o significado da palavra educar, mas acima de tudo de perderam a essência de saber o que é estar com os filhos, partilhar as alegrias e tristezas com os mesmos. Muitos há, que dão x € para os filhos se governarem, deixam-os à porta da escola cedo e só voltam a vê-los na hora de jantar, ficando estas crianças o dia todo ao deus dará. Contudo, ainda há quem recorra aos avós, e então aí a criança passa a ser educada pelos avós e não pelos pais.
Na minha opinião, acho que é urgente serem leccionadas aulas para que os pais dos dias de hoje re-aprendam o que é ser PAI e MÃE essencialmente o que é EDUCAR.
Todas estas altitudes, são sinónimo de revolta para as crianças, pois as mesmas sentem a falta de carinho e afecto por parte dos pais e acabam por manifestar essa carência através de altitudes que façam alertar os pais, de forma, a que estes lhe dêem atenção. Depois temos os psicólogos cheios de criancinhas incompreendidas pelos pais e que vêm nos médicos a cura para esta doença que se tornou educar os filhos.

Anónimo disse...

Esqueci-me de referir a importância da média nos dias de hoje.
As crianças "guiam-se muito" pelo que vêem na tv e lêem em revistas cor-de-rosa, sendo que os pais não têm qualquer controlo sobre isso. Agem desta forma, pois pensam ser a mais correcta. Na minha opinião, penso que os pais deviam de analisar e avaliar os conteúdos fornecidos pelos media, a que os filhos podem ter acesso de forma a potencializar e dinamizar seu desenvolvimento sócio cultural, tornando-as crianças mais cultas e com maior facilidade de interferir e argumentar em determinado tema.

Beijocas, agora quem vai dormi sou eu :P

Fábio Oliveira disse...

Há uma ideia que fiquei por desenvolver.
Hoje em dia a informação é descomunal e tudo parece possível. Os telejornais estão cheios de desgraças e já tudo parece normal, quem ainda fica pasmado com a grande maioria das notícias que se ouvem e lêem todos os dias? Porquê nos sentimos assim?

Acho que é algo que devemos pensar um pouco.