domingo, abril 27, 2008

Extremismos

Bem, hoje não tenho muito a dizer. No entanto queria deixar aqui um vídeo que é um exemplo daquilo que eu chamo de extremismo.
Extremismo é aquilo que não permite que duas pessoas que procuram o melhor para o seu país, os seus fieis ou os seus iguais de alguma vez colaborem. Isto cria aquilo a que hoje em dia chamamos de terrorismo, xenofobia, anti-semitismo, etc. Isto é o ódio inserido no coração das pessoas e nós podemos ver o resultado de operações deste tipo na Alemanha com Adolf Hitler.

Agora o vídeo:


Não devia um pastor estar a falar de amor aos seus fieis? Que pastor é este que fala de alguém como se falasse do diabo, quando ele se refere às pessoas envolvidas à Disney? É o mesmo discurso que levou à caça às bruxas (e a Igreja Católica já emitiu pedidos de desculpa oficiais pelas atrocidades cometidas durante a Inquisição) e às atrocidades nos campos de concentração.

Penso não precisar de dizer mais nada.
Não há desculpas...

Gostaria de mandar um abraço para todos os leitores, mas em especial para os do Brasil e ter um comentário deles se possível ;)

P.S.: Desculpa Nuno, não sabia que já tinhas comentado isto no teu blog, a Leonor esqueceu-se de revelar as fontes :P.

Assim, se alguém quiser ler outra opinião sobre este vídeo rume até Um Lugar ao Sul.

quarta-feira, abril 02, 2008

Maldita gasolina

Ver os acessos que esta página tem tido através do Google Analytics trouxe-me alguma motivação para deixar aqui umas notas. E desta vez venho falar da gasolina e dos preços desta.
Há quase 5 anos que tenho a carta e desde aí que tenho posto gasolina aos 25€ de cada vez todas as semanas e esta tem-me dado para 250km ultimamente quando antes dava para quase 400km. O consumo é de entre 5.8 e 6.2l por cada 100km (tenho um Toyota Yaris 1.0 a gasolina) e ando a comprar a gasolina mais barata que encontro por volta de 1.33€/l nas bombas do Continente em Vila Nova de Gaia.

Mas isto porquê? Porque vim agora falar neste assunto que toda a gente já sabe que está mal?

Primeiro porque encontrei um site que eu já esperava há muito tempo (estava já a pensar em fazê-lo eu) que mostra a localização das bombas de gasolina de Portugal e os preços lá praticados, actualizados colaborativamente pelos seus utilizadores. O Mais Gasolina mostra, com recurso ao Google Maps, os postos de gasolina existentes em Portugal, os preços dos vários combustíveis lá e a data da ultima actualização.
Para mim este é um projecto muito importante e sem o qual a liberalização dos preços da gasolina não fazia sentido pois a concorrência mal se sentia (sem querer insinuar que os preços fossem manipulados). Só precisa é da vossa participação e interesse :D Não deixem de lá dar um salto e de passar pela secção com os preços mais baratos (que promete melhorias em breve) e estatísticas. Uma curiosidade seria colocar lado a lado ou sobrepostas a variação do preço do barril do petróleo e a variação da gasolina. Fica a sugestão ;)

Outro motivo pelo qual falo de gasolina hoje é por um artigo que li num blog (mal sei se lhe posso chamar artigo mas não deixa de merecer referência). O artigo chama-se 'Why the US is collapsing' e está presente no blog mantido por Rick Falkving e recomendo a leitura. O artigo é uma opinião do autor sobre o estado da economia americana, com base em dados históricos e com conclusões bastante inquietantes.
Não nego que não concorde com o autor mas a sugestão que ele faz mais para o fim do papel do petróleo neste panorama actual fez todo o sentido para mim e fez-me perguntar algumas coisas: "porque não se vê carros híbridos de marcas americanas na Europa apesar de eles serem um sucesso nos EUA?"
"o que significa para a Venezuela e para o Irão começar a comercializaro petróleo em Euros como ameaçam fazer?"

Este é o estado das coisas e parece-me que só nós é que podemos fazer alguma coisa, pouca mas podemos desde que estejamos atentos, que tiremos um tempo curto a planear (e a anotar) os nossos abastecimentos de gasolina talvez com recurso ao Mais Gasolina e que tenhamos espírito crítico porque a vida está difícil para todos e quem nos puder ir ao bolso vai.

Bom resto de semana e comentem à vontade :D

domingo, fevereiro 24, 2008

Fim-de-semana em San Martin de Castañeda

Ena, tanto tempo!

Desta vez há um post em relação a algum acontecimento recente :D

Então, este fim-de-semana, especial pelo facto de celebrar 4 anos de namoro com a Leonor (pôr um smile grande aqui), decidimos rumar a Sanabria, no norte de Espanha, depois de tropeçarmos no link para o albergue que lá existe em San Martin de Castañeda.

San Martin de Castañeda (Sanabria) 02-08

A viagem fez-se ao fim da manhã e acabamos a almoçar numa Pizzaria em Chaves (quem quiser adivinhar o nome força que eu já me esqueci mas gostaria de o deixar aqui como recomendação). Após isso foi seguir as indicações até a cidade de Zamora e... pera aí, mas não era para Sanabria? San Martin de Castañeda? Pronto, as indicações estavam erradas e a meio caminho já tivemos que andar ao desenrasca. Felizmente tinhamos mapa (ainda não fui abençoado por um GPS) e lá chegamos a San Martin de Castañeda mas não sem antes reparar que não sabiamos o nome do albergue, ainda bem que não havia muitos :D

 

Bem, do que interessa é que aquilo é espetacular. O facto de estar inserido no parque natural de Sanabria não o transforma num safari nem num qualquer programa 'A Natureza em Directo' mas é espantoso ver tanto espaço em que o homem ainda se preocupa em ter o mínimo impacto.

Dá para pensar porque não pode a humanidade viver das coisas simples como a água de um riacho, as plantas da terra e os animais à volta. Ao que parece o conhecimento é mesmo um fardo e seria desligar assim o motor do desenvolvimento actual. Mas é um pensamento que talvez nos possa tornar mais simples e humildes.

O sítio é este aqui em baixo e podem ver a localização de algumas fotografias no site do álbum apesar de não ter tido paciência para o ter feito isso com o resto (shame on me).


View Larger Map

 

O albergue parece uma casa de jovens transformada, ainda dividida em dormitórios mas que comporta quartos com 2 camas e casa de banho, sem problemas de conforto (levar toalhas, fica a nota para a próxima vez) mas sem luxos. A localização é bestial, com um pátio virado para o lago de onde aproveitei para lançar os primeiros olhares sobre toda a envolvente daquele local para onde nos tinhamos mandado.

No entanto, a entrada só se faz entre as 18 e as 20 horas por isso houve tempo por um passeio pela aldeia que vive ao ali ao pé.

Um mosteiro do século XII foi a nossa paragem. A paisagem, com os campos que prologam até ao rio, habitados por vacas, ovelhas e com alguns focos de fumo, resultado das queimadas necessárias para trabalhar a terra. Chamem-me labrego da cidade mas para mim é espantoso ver um local como este, é como fazer uma viagem no tempo...

O resto do passeio foi a pé pela vila, pelas suas ruas que de mal definidas e embrenhadas mal se podem chamar de tal, por entre as correntes de água que corriam por baixo de nós e um par de vacas que no caminho desde o pasto lá voltava por entre as casas até ao seu campo (ver as fotos das vacas, das correntes de água, das casas com árvores de azevinho à porta e até de um gato que por lá repousava).

A noite, após repousar um pouco no albergue, iniciou-se com um jantar num restaurante local. O nome não o vou dizer, não tenho recomendações a fazer e então não quero deixar má publicidade. O aspecto é muito acolhedor e típico, com um sala com lareira, quentinha e muito bem iluminada. O meu castelhano muito arranhado levou-me a perguntar sobre o tamanho de alguns pratos em vista a saber se daria para nós os dois mas o empregado (dono?) não parecia satisfeito com o facto de querermos dividir um prato mas lá o fez apesar da insatisfação marcada na cara. A costoleta era enorme (antes tinha-nos indicado que andaria perto das 500g e eu tenho razões para acreditar que era verdade) e o vinho era tinto da casa, numa garrafa pequena. A sobremesa foi uma tarte de nata ou então um cheesecake fruto talvez de mais uma conversa em que eu quis saber mais do que o empregado queria ou sabia responder. Pensei que o conceito de cheesecake talvez se aproximasse do conceito dele de 'tarta de queso' mas não me pareceu que isso fizesse parte do vocabulário. Acabei por pedir uma tarte de nata mas, como disse, acabei sem saber ao certo o que comi. No fim, ouvi o que não queria ouvir, não aceitavam multibanco para quantias tão pequenas (21€) e que teria que pagar em dinheiro. Dinheiro vivo é que nem vê-lo e por isso lá acabou por aceitar o multibanco. Saí dali com a sensação que nenhum de nós gostou daquele encontro. No entanto acho que a vergonha de só se saber uma língua dá azo confusões.

O resto da noite foi a explorar um pouco a zona, com incursões breves até Vigo de Sanabria e Ribadelago, e a dormir.

Pequeno-almoço tomado no albergue foi tempo para rumar até Puente para levantar dinheiro (desta vez o albergue não tinha multibanco de todo) e voltar a tempo de eles fecharem aquilo às 11h. Aproveitamos então o resto da manhã para subir até à Laguna des Peces (Lagoa dos Peixes) que ficava a 1700m de altitude, a cerca de 10km da vila de San Martin. O tempo estava de chuva e nevoeiro e então não deu para apreciar muito a panorâmica mas deu para ficar com vontade de lá voltar para fazer os caminhos que de lá do cimo partiam por entre as várias lagoas.

Eram horas de voltar, todo o caminho para trás, com paragens por Ribadelago para fotos, Puente para gasolina (1,104€/l!) e Puebla de Sanabria para almoçar. Neste ponto a descoberta foi fantástica, uma loja muito confortável, uma espécie de confeitaria com a montra salpicada de bom-bons, chocolates e pasteis com um aspecto delicioso. Acabamos por almoçar uma pizza Sanabresa, com carne e chouriço, beber café e chocolate quente a ainda trazer dois petiscos para casa por 16,6€ :D

O resto da viagem foi seguido, pelo mesmo caminho, sem problemas e bem calminhos.

 

A recordar que há cantos que parecem esquecidos mas que qualquer um de nós pode tomar como seu para um descanso merecido; que a Natureza não existe nas férias e nos fins-de-semana que decidimos tirar; que os portugueses têm uma capacidade muito boa para línguas e que deviamos aproveitar essa vantagem sem espaço para grandes orgulhos; que tenho que voltar lá no Verão ou no Inverno quando houver neve; e que se me quiserem pagar um fim-de-semana fora eu aceito e prometo que o vou aproveitar bem!

 

Vejam as fotos, comentem e parabéns por terem lido até aqui!

Os nomes dos estabecimentos posso-os dar se me pedirem ;)